Dez lugares para visitar no Brasil antes de morrer

Itacaré, no sul da Bahia: vilarejo abrigou um importante porto durante o Ciclo do CacauA morte é a única certeza que temos sobre os segredos da vida, por isso livros como o best-seller “1.000 Lugares para Conhecer Antes de Morrer”, editado em 18 idiomas, fazem tanto sucesso entre viajantes e curiosos.
São tantos destinos e curiosidades mundo afora que, certamente, a longa lista de sugestões de Patricia Schultz, autora da obra, será apenas uma prazerosa leitura de descrições de lugares interessantes. Por isso, selecionamos dez destinos nacionais sugeridos na versão brasileira do livro. Leia abaixo.

1. Mercado Ver-o-Peso
Mesmo com a modernização que tomou conta de alguns pontos turísticos de Belém, capital do Pará e porta de entrada de viagens pelo Amazonas, o maior destaque da cidade ainda é o tradicional mercado ao ar livre, cujas barracas oferecem de tudo, sem exageros: doces, temperos, ervas medicinais, plantas, raízes aromáticas, essências, frutas e comidas típicas. É uma visita para todos os sentidos.

2. Deserto do Jalapão
Essa talvez seja uma das viagens mais aventureiras e selvagens pelo Brasil. O “desconhecido” estado do Tocantins tem paisagens que reúnem, em um mesmo lugar, cerrado, savana e deserto (veja fotos na galeria ao final da página), e é para lá que vão os viajantes mais radicais. A região é conhecida pelas expedições que saem de Palmas em direção a Ponte Alta de Tocantins e exploram rios, cachoeiras e dunas. O corpo reclama, mas a alma agradece.

3. Parque Nacional da Serra da Capivara
Esse impressionante parque arqueológico localizado no Piauí é considerado um dos mais importantes patrimônios culturais pré-históricos do planeta. A concentração de pinturas e gravuras rupestres de 100 mil anos, a variedade de paisagens e os pontos de observação privilegiados são os destaques desse distante destino pouco explorado pelo turismo. Milhares de anos de informações históricas que ainda podem ser conhecidas.

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4. Recife e Olinda
Essas duas cidades pernambucanas são tão diferentes que nem parecem que estão a menos de 10 quilômetros de distância. A primeira é frenética, tem visíveis influências holandesas e é recortada por pontes sobre o Rio Capiberibe. Olinda segue o caminho contrário e convida os visitantes a caminharem por suas ruas de casario colorido de estilo português. Uma viagem no tempo percorrida em poucos quilômetros.

5. Campina Grande
Nem a paisagem exótica do sítio arqueológico do Ingá e as formações rochosas do Parque das Pedras, atrações próximas à Campina Grande, são suficientes para desviar a atenção do maior evento da cidade: a festa de São João. Durante todo o mês de junho, as festas juninas impressionam pelos números. O Parque do Povo, uma área de 42 mil metros quadrados concentra 300 barracas com bares e restaurantes que atendem os milhares de visitantes que buscam diversão ao redor de uma fogueira gigante ao som de forró. Impossível ficar parado – mesmo quem torce o nariz para o típico estilo musical.

6. Pelourinho
No passado, o pelourinho resumia-se a uma coluna de pedra utilizada para castigar escravos. Mas, hoje, quem circula pelas ladeiras do bairro histórico de Salvador encontra uma animação impressionante. O bairro, que passou por um forte processo de revitalização, abriga casarões históricos, igrejas em estilo barroco e uma intensa vida cultural. Impressiona ver a harmonia do passado e do presente nas ruas do “Pelô”.

7. Itacaré
Há tempos que o sul do litoral baiano é o destino quente dos turistas mais animados. E não estamos falando das altas temperaturas da Bahia. Itacaré, um vilarejo que abrigou um importante porto durante o Ciclo do Cacau, foi descoberto pelos surfistas e, anos mais tarde, foi invadido por visitantes atraídos pelos golpes de capoeira, o forró que embala as festas e as praias paradisíacas. O visual merece mesmo ser visitado antes de partir para o outro mundo.

8. Chapada dos Guimarães
A paisagem das três chapadas brasileiras mais famosas proporcionam sensações que, por si só, já valeriam para passar os últimos dias na Terra. Mas é a dos Guimarães, no Mato Grosso, que o livro “1.000 Lugares Para Conhecer Antes de Morrer” recomenda. A região, localizada no centro da América do Sul, está vinculada ao ecoturismo e é ali que os mais aventureiros praticam rapel e trekking em meio ao Cerrado. O destino também é procurado para peregrinação mística de visitantes curiosos que querem saber de perto o início de histórias fabulosas sobre aparições de OVNIs e duendes.

9. Pantanal
O Pantanal não sai mesmo do imaginário brasileiro, mesmo que, de tempos em tempos, volte em forma de reprise de novela. A variedade natural da região, considerada a maior extensão de terras inundáveis do planeta, é tão complexa que conta com uma flora de três lugares diferentes: amazônica, cerrado e chaco. Talvez seja por isso que as terras alagadas do Pantanal sirvam de moradia para 650 espécies de animais, enquanto as fazendas e hotéis ecológicos são os principais refúgios dos turistas aventureiros.

10. São Miguel das Missões
Hoje, são apenas ruínas, mas o título de Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade continua firme desde 1983. O turista encontra em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, o que sobrou das construções históricas que, no século 16, serviram para abrigar padres jesuítas durante a catequização de milhares de índios guaranis. O espetáculo do pôr-do-sol sobre as fachadas das construções e o show que conta a história das missões são os dois principais atrativos.

Fonte: IG

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Férias com as crianças

1. A cada duas ou três horas na estrada, é hora de dar uma paradinha para um lanche, ir ao banheiro e esticar as pernas. Insista com as crianças para que elas façam xixi, mesmo que não tenham vontade. Se for o caso, é só abrir a torneira que o barulhinho da água faz qualquer um ficar com vontade. Cerca de 20 minutos são suficientes para restaurar o ânimo de toda a família e, então, retomar a viagem.

2. No verão, viajar logo cedo é a melhor opção para as crianças. A temperatura ainda não está muito alta e, além disso, se for bem cedinho, elas podem continuar dormindo uma boa parte do trajeto e acordar mais perto do destino. Mesmo que o carro tenha ar-condicionado, uma boa dica é evitar o sol do meio-dia. Tentem sincronizar as paradas com as horas mais quentes. Se vocês não tiverem tela de proteção solar nas janelas laterais do carro, dá para improvisar uma com uma toalha ou fralda.

3. Vistam as crianças com roupas confortáveis. No verão, optem pelas peças de algodão e, no inverno, agasalhos de moleton. Digam a elas para tirar os calçados assim que entrarem no carro para que ficar mais à vontade.

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4. Os especialistas recomendam não viajar mais de 500 quilômetros por dia. Se for o caso, fracione o percurso e programem dormir em hotéis ou pousadas no caminho. As crianças descansam da estrada e acordam mais dispostas para seguir viagem!

5. Se as crianças têm tendência a enjoar, o melhor é viajar à noite.O balanço do carro é ótimo para embalar o sono e, assim, o tempo que os pequenos passarão acordados durante o percurso vai se bem menor. Levem travesseiros, almofadas e cobertores para dar conforto e aconchego.

6. Outra dica para amenizar os desconfortos do enjoo: o motorista deve manter uma velocidade constante e evitar acelerar e frear bruscamente. Antes de partirem e também nas paradas, ofereçam apenas alimentos leves, como frutas, biscoitos e barras de cereais. No carro, não é recomendável oferecer alimentos para as crianças que costumam enjoar.

7. Antes de sair de casa, preparem um saquinho de presentes para as crianças. Juntem balas, gibis, livros, palavras-cruzadas, brinquedinhos simples, papéis de desenho etc. Elas vão adorar a surpresa!

8. CDs de histórias infantis também são um ótimo entretenimento. Lembrem-se de que as crianças são capazes de se divertir ouvindo as mesmas histórias centenas de vezes, portanto, se isso acontecer, tenham paciência e pensem que, pelo menos, os pequenos não estão entediados. CDs de músicas de que elas gostam também são uma ótima pedida.

9. Lanches, frutas, bolachas, sucos e água também não podem faltar. Uma faquinha ou canivete também ajuda no caso de ter que cortar ou descascar uma fruta.

10. Por último, providencie bandejinhas de plástico para que as crianças possam apoiar os livros, gibis e brinquedos nos joelhos. Assim fica mais fácil desenhar, ler ou até mesmo brincar.

Fonte: Revista Crescer

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Um ‘cassino’ para turistas em plena Florianópolis

Roleta do cassino no Costão do SantinhoPela primeira vez, os hóspedes do Resort Costão do Santinho, localizado ao norte da ilha de Florianópolis (SC), contarão com uma atividade diferente de suas rotinas para entreter as noites de verão. Entre os dias 02 de dezembro e 28 de fevereiro, acontecerá diariamente, das 22h às 2hs, a Roulette Night.

A atração imita um cassino com mesas de Black Jack, pôquer, baccarat, craps e roleta, mas sem a utilização de dinheiro. “Não temos jogos de azar”, explicou Rubens Régis, diretor comercial do Costão. Aberto apenas aos maiores de 18 anos, a atração conta com ‘moeda’ própria, os Carijós. “Cada apartamento tem direito a 400 Carijós* por noite, mesmo que em casal. Tem gente que tenta pedir o do amigo que está indo embora, oferece para trocar, mas não deixamos vender os Carijós. O gostoso do ‘cassino’ é poder brincar sem gastar nada”, contou Régis.

Ao fim de cada noite, o “milionário” daquele dia ganha um prêmio simbólico, que pode ser um par de óculos escuros, uma prancha de surf ou mesmo alguns dias de estadia no hotel. Os Carijós também podem ser trocados por brindes como camisetas, garrafas de vinho etc.

A Roulette Night foi testada durante as férias de julho e seu sucesso foi absoluto. “Por isso firmamos parceria com uma empresa especializada para realizar o evento também nos feriados de 2012, como Páscoa, dia das mães etc”, disse Régis.

Não sabe brincar


Mesmo aquelas pessoas que não sabem jogar e que nunca frequentaram um cassino de verdade podem respirar aliviadas. Os crupiês de cada mesa de jogos explicam como funciona aquele jogo e dão dicas de como ganhar.

Segundo informou o diretor comercial, o Costão do Santinho tem capacidade para receber 1500 hóspedes no verão e o “cassino”, 500 pessoas por noite, em uma estrutura montada especialmente para o evento, com decoração temática e bar para servir as bebidas solicitadas pelos “jogadores”.

A atração, no entanto, é de uso exclusivo de hóspedes e proprietários de apartamentos nas Vilas, sendo proibida a entrada de pessoas de fora.

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Embora seja uma estrutura de jogatina, Rubens Régis contou que a atração é totalmente legalizada. ¿Temos uma liminar judicial que autoriza a Roulette Night justamente por não ser um jogo de azar e não ter a manipulação de dinheiro.

Além do “cassino”, a cada noite os hóspedes poderão contar com uma atração diferenciada no hotel, que pode até mesmo influenciar na decoração da Roulette Night.

Criança não pode


A presença de crianças no “cassino” é vetada, mas os pais não têm muito com o que se preocupar. Isso porque o Costão do Santinho conta com diversas atrações e entretenimentos para a turminha abaixo dos 18.
Para os bebês, os pais têm a possibilidade de contratar o serviço de baby sitter no próprio Resort, pelo valor de R$ 20* a hora, ao custo individual por criança, pago diariamente pelo hóspede à profissional, por um período mínimo de duas horas. É preciso solicitar o serviço com 24 horas de antecedência à governança do Resort.

As crianças já contam com a presença de recreadores que bolam divertidas brincadeiras e fontes de entretenimento para elas – e sossego para os pais. A partir de 3 de janeiro haverá ainda a parceria com o canal infantil a cabo Discovery Kids,que promoverá jogos, brincadeiras e shows com a mascote Doki e seus amigos. “Esse cachorrinho é um fenômeno e as crianças adoram! Toda sexta-feira a mascote vem até o hotel para os shows, mas três vezes por semana tem personagem aqui no hotel para tirar fotos com as crianças, que se divertem”, contou o diretor comercial.

Os pais de adolescentes também não precisam abrir mão da Roulette Night por causa dos filhos. “Para os teens há a disco, que contenta o perfil de 15 a 19 anos. Acima dessa idade, geralmente, eles vão para a praia Jurerê Internacional, principalmente durante o dia”, explicou Rubens Régis.

O Costão


O Costão do Santinho Resort Golf e Spa possui apartamentos e vilas que são verdadeiras casas, com até três dormitórios, para garantir o conforto dos hóspedes, com cinco restaurantes e praia monitorada por câmeras de vídeo. Além de todas as atrações programadas para o verão, o Resort oferece ainda aulas de surf, tênis, arvorismo com circuito a 12 m de altura, mergulho, cavalgada, trilhas, sandboard, campo de golf, arena de paintball, campo de futebol society e área para a prática de arco e flecha.

Outras atrações disponíveis aos hóspedes são o Costão Disco, a discoteca do estabelecimento, sessões de cinema, shows, o Museu Arqueológico (inaugurado em 2011), os moinhos de farinha e cana, instalados no local e os premiados tratamentos do SPA, com massagens, terapias e tratamentos hidroterápicos, faciais e corporais.

Para o verão e o Natal, o Costão do Santinho tem pacotes a partir de R$ 3.903* por pessoa em apartamento standart. Para o Carnaval são previstos bailes à fantasia e shows variados. O pacote de sete noites custa a partir de R$ 4.560* em apartamento standart. Para informações, acesse: Costão do Santinho

Informação | Viajar, Sempre!

Saiba evitar tontura e enjoo durante o trajeto da viagem

Enjoo, tontura, vômito, palidez e desconforto físico são sintomas frequentemente sentidos por algumas pessoas durante uma viagem de carro, ônibus, avião e, principalmente, de barco. Todo esse mal – estar pode caracterizar uma doença chamada cinetose, também conhecida como “mal de embarque”, capaz de fazer quem sofre dela desistir da viagem para evitar o desconforto do trajeto.

A cinetose pode se manifestar em qualquer momento da vida e tem maior incidência entre mulheres e crianças. “É um distúrbio do movimento que pode ocorrer quando o corpo está parado e o entorno está em movimento ou o inverso. O cérebro fica confuso com as informações conflitantes entre o labirinto e a visão. Essa confusão é percebida como tontura”, explica Roseli Bittar, otoneurologista do Hospital das Clínicas da USP.

O labirinto fica na parte interna do ouvido. É o responsável pelo equilíbrio e principal sensor de movimento do corpo humano. Quando as pessoas saem de parques de diversão tontas e nauseadas isso também ocorre devido ao estímulo excessivo do labirinto. “São movimentos que vão muito além do que experimentamos em nosso cotidiano”, completa a médica.

Roseli Bittar esclarece que as mulheres são mais afetadas pelo mal de embarque por causa das variações hormonais, enquanto as crianças sofrem porque ainda têm o sistema vestibular imaturo. Fernando Freitas Ganança, professor de otologia e otoneurologia da Unifesp, comenta que a possibilidade de desenvolver a cinetose é muito variável de pessoa para pessoa. “Algumas nascem com o labirinto mais resistente e outras, mais sensível. A sensibilidade aumenta se o indivíduo apresentar algum distúrbio do sistema vestibular”, menciona o médico.

Ele ressalta que o mal-estar durante o trajeto da viagem é acentuado por alguns hábitos comuns entre viajantes, como comer de forma demasiada e ingerir bebidas alcoólicas. A exposição a cheiros fortes originários de perfumes, fumaça de cigarro e de motores, assim como dormir pouco antes da viagem agravam os sintomas.

De acordo com os especialistas, as pessoas que sofrem de cinetose costumam apresentar os sintomas desde a infância e mesmo quem está acostumado a viajar de barco ou avião pode manifesta-los em dias de mar agitado e turbulência.

“Quem apresenta cinetose deve sentar-se no banco da frente no carro e, se possível, dirigir o veículo na tentativa de acompanhar melhor o trajeto e, com isso, evitar um conflito sensorial com o labirinto. No barco, o melhor é localizar-se próximo ao centro da embarcação, onde o balanço é menor, e longe de cheiros fortes como o de fumaça, óleo queimado e cigarro. No avião, o melhor é torcer para não ter turbulência”, orienta o médico Fernando Freitas Ganança.

Veja mais oito dicas dos médicos para evitar o mal-estar durante o trajeto da viagem:

  • Mantenha os olhos fixos em um ponto imóvel
  • Evite olhar objetos ou situações em movimento, como as ondas do mar
  • Não fique muito tempo em jejum e cuidado com as dietas radicais. Procure ter uma alimentação balanceada, comendo a cada três horas
  • Aumente a ingestão de água: beba pelo menos seis copos por dia
  • Evite ingerir café, doces ou alimentos muito gordurosos
  • Fique em locais bem ventilados
  • Evite comer muito antes de se expor a viagens de barco e carro, brinquedos de diversão e simuladores
  • Evite bebidas alcoólicas durante essa exposição
  • Evite contato com cheiros fortes como o de motor de embarcações, de escapamento de carros e de cigarro
  • Tente se posicionar na região próxima ao meio da embarcação, onde o balanço é menor.
  • Na próxima página saiba como tratar a cinetose e como agir durante uma crise.
  • Saiba evitar tontura e enjoo durante o trajeto da viagem

Geralmente os sintomas da cinetose vão embora com o término do deslocamento, mas algumas pessoas podem continuar sentindo as náuseas e tonturas mesmo após encerrar a viagem. Os especialistas afirmam que existem remédios capazes de inibir o aparecimento da doença, mas que é preciso orientação médica antes de ingeri-los.

“Os remédios inibem a ação do labirinto, diminuindo as respostas conflitantes que geram o mal-estar. O ideal é que as pessoas sejam avaliadas pelo especialista a fim de se verificar se há algum distúrbio labiríntico e possíveis contraindicações e interações medicamentosas”, orienta Fernando Freitas Ganança.

Roseli Bittar acrescenta que alguns tipos de exercícios físicos de reabilitação do equilíbrio podem ser feitos para minimizar e evitar o problema. Eles estimulam o sistema que envolve o labirinto, tornando-o mais resistente aos movimentos.

Os médicos indicam que ir para um lugar ventilado, se sentar de olhos abertos e ficar olhando para um ponto fixo na parede são práticas que podem ajudar a aliviar os sintomas no momento em que a pessoa está passando por uma crise de cinetose. Eles também alertam para nunca dirigir ou manusear máquinas e equipamentos cortantes quando estiver nesta situação. Além disso, é preciso abandonar o hábito de se automedicar. Ao invés disso, procure um médico.

Fonte: Uol

Sertão do São Francisco vira polo turístico pelo vinho

Visitantes apreciam a adega da Fazenda Ouro Verde, dos rótulos Miolo O Sertão nordestino é conhecido pela aridez, pelo sol, pela caatinga. Mas a região de Pernambuco por onde o Rio São Francisco passa, na divisa com a Bahia, é praticamente um oásis nesse cenário. Mais do que pela secura, a cidade de Petrolina e algumas vizinhas próximas, a cerca de 700 km do Recife, se destacam pela riqueza de seus sabores, seja das frutas para exportação, das comidas típicas ou dos vinhos, que vêm ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos.

Com sete vinícolas na região do Vale do São Francisco, consolidou-se a Rota do Vinho, passeio turístico onde os visitantes podem conhecer os vinhos tropicais, que possuem um sabor especial, segundo seus produtores. Uma das paradas da rota é a vitivinícola Santa Maria, onde são fabricados os vinhos Rio Sol, em Lagoa Grande, a 40 minutos de Petrolina. Pelo caminho, a chamada Estrada de Vermelho (indo pela BR-428 e pegando a PE-574), barris da empresa indicam o caminho para a fazenda, onde o empresário português João Santos, responsável pela vinícola, recebe todo mundo pessoalmente.

O clima é familiar. No mesmo lugar em que o empresário atende clientes, três de seus quatro filhos brincam. “Filho, cachorro, o lugar é bem família mesmo. Essa é uma das nossas diferenças”, explica Santos. A casa da fazenda fica a poucos metros do São Francisco, o rio que torna possível a existência dos parreirais. “Diziam que era loucura produzir vinho no Alentejo, em Portugal. Hoje, de cada dois vinhos vendidos lá, um é do Alentejo”, compara.

A propriedade tem 200 hectares de vinhas plantadas, convivendo lado a lado com a caatinga, coqueirais e mangueiras. As árvores tropicais são mantidas para compor o clima da fazenda. “Nós temos um vinho diferente, um vinho tropical. E não existe enoturismo sem um bom vinho. As pessoas querem conhecer onde é produzido aquele vinho que provaram”, acredita.

Durante o passeio, os visitantes acompanham as ‘quatro estações da uva’ – o clima tropical viabiliza as diferentes fases da produção no mesmo lugar, desde o florescimento, onde se vê o começo dos cachos se formando, até provar as uvas que vão originar o vinho. “As uvas para vinho são sempre pequeninas assim”, explica Santos, ao mostrar as frutas amadurecendo. “Para você saber se estão maduras, basta abrir e olhar o caroço, ele tem de estar bem marrom”, diz, acrescentando que o líquido é bem claro e é a casca que dá cor ao vinho.

Além de Santos, um casal de enólogos que mora na pequena vila da fazenda também guia as visitas, que custam R$ 10 e precisam ser agendadas por telefone. A vinícola conta com diferentes tipos de castas (‘espécies’), a exemplo de Cabernet Sauvignon, Syrah e Alicante Bouschet. “Cada uma é um vinho diferente”, lembra Santos. Para ele, há grandes vantagens de se produzir no São Francisco. “Aqui não vem uma chuva para apodrecer as uvas. Temos uma produção de qualidade constante. Não é como alguns vinhos, em que você precisa saber o ano da safra”.

Mais do que aprender as diferenças entre as uvas, na visita também se veem as diferentes formas de cultivar a fruta. As latadas, fios de arame que parecem varais e por onde as parreiras sobem, são um bom modo de plantar uvas brancas. Para fazendas mecanizadas, a espaldeira, formada por sete fios de arame como uma cerca, é o ideal para a retirada das uvas. “Buscamos fazer a gestão de água, de qualidade das plantas, de recursos humanos, e ter a melhor forma de plantio”, conta o professor Rogério de Castro, da Universidade de Lisboa.

Castro é um dos responsáveis pela pesquisa dos tipos de uva mais adequados, desde o começo da Rio Sol, há oito anos. “Amigos meus de todo o mundo se surpreendem com esse espaço”, relembra. “Empresas de vinho não são empresas comuns. Elas precisam de mais investimento e de pelo menos 10 anos para se equilibrar”, explica Santos.

Depois dos parreirais, o passeio segue pela fábrica. Os reservatórios feitos em aço inoxidável têm de ser refrigerados, devido ao calor da região, e o formato varia de acordo com a bebida. Enquanto os de vinho têm o topo e o fundo retos, os de espumante precisam ser arredondados para aguentar a pressão, uma vez que o gás liberado faz parte – e também dá a fama – da bebida e tem de ser mantido dentro do tanque. O envelhecimento dos vinhos acontece em barris vindos da França, em uma sala onde a luz é quase inexistente, para a bebida poder realmente ‘descansar’.

A visita termina com a degustação. Em dias de grandes visitas, é sob a mangueira nos fundos da loja que os visitantes saboreiam as bebidas, no melhor clima tropical. “Nós tentamos fazer as coisas diferentes por aqui. A caatinga é maravilhosa, tem um forró maravilhoso e as pessoas são ótimas”, conta João, que veio com a família para o Brasil há oito anos e se apaixonou pelo lugar.

banner_est_250x250Terra do brandy
Outra parada de destaque da Rota do Vinho é a Fazenda Ouro Verde, do grupo Miolo, em Casa Nova (BA), a meia hora de distância de Petrolina pela BR-235. Não tem como errar: um grande touro com o nome Osborne, o brandy produzido pela Miolo, marca a entrada da vinícola. O ingresso custa R$ 10, incluindo também a degustação para os maiores de 18 anos.
Brandy é um destilado de vinho, envelhecido em barris de carvalho. A palavra “brandy” costuma ser traduzida como “conhaque” no Brasil, mas a bebida conhecida com esse nome e que é vendida no mercado nacional não deriva da uva, e sim da cana de açúcar.

A Ouro Verde tem 200 hectares de vinha plantada, área que deve ser duplicada até 2020. “Temos uma média de 2 mil visitantes por mês. As pessoas ficam impressionadas com você produzir vinhos de qualidade em um lugar de sol. E três vezes ao ano”, conta Nilmara Mendes, do grupo de enoturismo da fazenda.
A visita começa pelos tanques onde são produzidos os vinhos da casa. O espaço conta ainda com laboratórios e salas de prova, que os visitantes podem conferir só pelas janelas. “Temos uma equipe especializada para esses trabalhos”, explica a enóloga e guia Ariana Silva.

O brandy Osborne conta com duas destilações que, misturadas, dão origem ao carro-chefe da fazenda, onde se produzem também os vinhos da linha Terra Nova. “No método contínuo, destilamos 300 litros em apenas uma hora. No método charutez, são seis horas para destilar a mesma quantidade. A diferença é a qualidade final”, avisa Ariana. No final do processo, o brandy fica com 36% de álcool.

A enóloga ressalta também a importância da madeira na fabricação da bebida e guia os turistas até onde são armazenados os barris de carvalho americano. “A madeira passa sabores, aromas e cores à bebida. O brandy tem um processo de envelhecimento de um ano e meio”, conta. As barricas utilizadas nesse envelhecimento duram 25 anos; depois disso, são recicladas.

A visita passa também pela loja de vinhos e lembrancinhas da fazenda, onde os visitantes aprendem sobre os principais produtos do grupo Miolo. “Cada vinho pede uma harmonização, seja uma carne vermelha, bode, peixe, chocolate”, enumera a guia. Outra dica da especialista é a atenção ao rótulo das bebidas. “Quando você ler as palavras ‘Cuvée Prestige’, por exemplo, saiba que essa é a melhor bebida da casa”, ensina.

Na hora da degustação e da aula de harmonização, os visitantes têm a oportunidade de aprender desde o modo para abrir a garrafa elegantemente até como segurar a taça de cada bebida. “Quando você treina o paladar, consegue distinguir cheiros próprios em cada vinho. O Chenin Blanc, por exemplo, lembra frutas e flores brancas”, afirma Ariana, indicando que esse vinho branco combina com peixe, carnes brancas e frutos do mar.

Quem adorou a aula e ficou atenta a tudo foi a turista Marise Moraes, do Recife, que conheceu a vinícola com o marido. “A explicação é ótima. Eu não sabia que virando a taça um pouco, contra um fundo claro, você via as impurezas. Aprendi muita coisa, foi uma grata surpresa”, afirma.

Gastronomia no Sertão
Os vinhos pedem sempre por harmonização e a gastronomia de Petrolina cumpre o papel na hora de atender a esse pedido. Um dos lugares que todo visitante precisa conhecer é o Bodódromo, pátio com estacionamento e dez restaurantes especializados nas carnes de bode e de carneiro. Achar o lugar não é difícil: a estátua de um grande bode marca a entrada, na Avenida São Francisco, bairro de Areia Branca.
O funcionário público Alfredo Novaes e a esposa dele, Maria José Rodrigues, moradores da cidade de Dormentes, a 152 km de Petrolina, são só elogios. “Não tem carne melhor que a de bode, é de primeira qualidade”, defende Novaes, enquanto tira foto da pequena Heloíse, de 11 meses, em cima de uma das estátuas.

Como bom pernambucano, o Bodódromo tem fama de ser o maior espaço a céu aberto do mundo dedicado a essa culinária, mas não foi sempre tão organizado quanto atualmente. Quem diz isso é o empresário Isaías Rodrigues, que, em 1996, tinha um box onde vendia a carne que deu fama ao lugar. “Eu morei um ano dentro do quiosque, antes de conseguir comprar minha casa”, lembra.

Com 16 anos de experiência no mercado, o dono do Bode Assado do Isaías viu a melhoria da infraestrutura do lugar. “Aqui é onde as famílias de Petrolina se encontram, é o melhor lugar para jantar no final de semana”, conta, dizendo que é comum as pessoas se surpreenderem com a organização e com a comida. “Para quem nunca comeu, eu indico o filé de carneiro. É uma boa pedida, a carne é magra, quase sem gordura”, avisa.

Um prato de bode para duas pessoas sai, em média, por R$ 32 e quem quiser ainda pode pedir um vinho da região. “Não temos nenhum vinho do sul do país”, diz um orgulhoso Rodrigues.

A qualidade da carne servida é outra preocupação. “Eu já tenho meu fornecedor certo, mas se a carne não estiver como eu quero, mando devolver na hora”, explica Ângelo Gonzaga, que é dono do Bode Assado do Ângelo há dez anos. O local tem capacidade para receber 300 clientes ao mesmo tempo.

Um dos frequentadores assíduos do Bodódromo é o representante comercial Rogério Souza. “Se deixar, ele vem sexta, sábado e domingo”, entrega a esposa Fátima Souza. “A comida é boa, sai rápido e mesmo quando você come o bode à noite, a digestão é tranquila”, defende-se o representante. Pizza, carne bovina e frango também fazem parte do cardápio do Bodódromo, que abre às 11h, de segundo a domingo, e vai até o último cliente.

De água doce
A culinária de Petrolina conta ainda com outra tradição: os peixes do São Francisco. Uma das opções é almoçar no balneário de Pedrinhas, localizado a 33 km do centro da cidade. A praia ganhou esse nome porque as margens do rio, nesse trecho, são formadas por pequenas pedras, ao invés da areia encontrada em outras partes.

Pedrinhas tem dez restaurantes, todos bem simples, onde os próprios donos atendem os clientes. “A gente trabalhava em barracas de palha, não era tudo tão bonito como agora, não”, lembra Maria Emília Lima, cozinheira da Peixada Pai e Filho há 25 anos e que viu, há 11 anos, o lugar ser transformado em um balneário.

Os peixes mais pedidos, conta Manoel Francisco, da Peixada São Francisco, são o piau e a piranha, que, se bem feitos, quase não têm espinhas. “Fazemos do jeito que o cliente quer. Assado, frito, na churrasqueira…”, enumera. O preço do almoço varia de acordo com o tamanho do peixe, mas um piau para duas pessoas, com arroz, feijão de corda e macaxeira, sai por R$ 25. Além de degustar os pratos da região, o balneário ainda é uma boa opção para quem quer tomar banho no São Francisco que, no trecho, tem águas transparentes.

Informação | Viajar, Sempre!