Saiba como aproveitar as atrações de Bariloche na primavera e no verão

O branco da neve derreteu, todo ou quase, mas as outras cores fortes de Bariloche continuam lá, primavera e verão, na Cordilheira dos Andes, nos bosques do entorno e no cinematográfico Nahuel Huapi, o lago gigante. Principal destino turístico da Patagônia, a cidade argentina sabe exibir a imponência de sua paisagem com conforto e segurança, em teleféricos, passeios de barco e atividades ao ar livre como passeios de bicicleta, cavalgadas e esportes radicais. Com temperaturas amenas, sem as roupas pesadas e o vento gelado no rosto, o corpo do visitante relaxa e aproveita melhor o lugar. E que lugar. Por vezes, dependendo do mirante, a combinação de azul, verde e marrom parece irreal, de tão bonita.

É fácil circular por lá, a pé, de ônibus, táxi ou carro alugado. As principais atrações e estruturas de apoio se concentram em poucas quadras,no Centro Cívico e nas ruas Mitre e Moreno, e ao longo dos 25 km da avenida Bustillo, nas margens do lago. No meses de verão, as dezenas de sorveterias se tornam mais apetitosas e as roupas de inverno estão em liquidação. Como a temperatura dificilmente ultrapassa os 30°C durante o dia e pode baixar de 10° à noite, os chocolates artesanais não derretem e dá para degustar os tintos especiais da região vinícola de Neuquén fazendo de conta que é inverno.

Fundada em 1902, San Carlos de Bariloche dispõe há décadas de hospedagens para todos os bolsos, de albergues a pousadas e hotéis de luxo. Excursões de jovens estudantes fazem parte da paisagem, o que significa boa oferta de restaurantes, bares e lojas de suvenires com preços em conta. Em qualquer época do ano, vale a pena visitar o Museo de La Patagonia Francisco P. Moreno, no Centro Cívico. O nome homenageia o paleontólogo e historiador que lançou a idéia da criação do Parque Nacional Nahuel Huapi.

Empalhados ou em fotos, o museu exibe a rica lista de animais da Patagônia – o condor, o caburé, o biguá, o albatroz, o guanaco, lobos e elefantes marinhos da costa atlântica. E também conta, por meio de armas e fardas militares, a história de combates entre brancos e indígenas nos desertos da região.

As principais atrações do verão

Passeios de barco: Para todas as idades, as excursões proporcionam um contato prolongado com o azul profundo do lago Nahuel Huapi. Também assombram as dimensões: são 560 km 2 de água que vão desembocar no rio Limay. Um passeio tradicional que parte de Porto Pañuelo, na frente do Hotel Llao Llao, leva centena e meia de turistas em confortáveis catamarãs até Isla Victoria e Bosque de Arrayanes. Na versão de seis horas dá para fazer trilhas entre bosques e sequóias e ainda almoçar na ilha. As árvores foram importadas dos Estados Unidos, e o guia explica que os pinheiros exóticos são idênticos aos do seriado Bonanza. O passeio curto permite caminhar até a praia de lago: no verão, dá banho. No Bosque de Arrayanes, o clima é de contos de fadas graças às formas e às cores amareladas das mirtáceas protegidas por passarelas; na agência Cau Cau, tel: (02944) 431372, www.islavictoriayarrayanes.com. Um roteiro mais extenso por água e terra parte de Bariloche e vai a Puerto Varas, no lago Llanquihue, vizinho do vulcão Osorno, no Chile, com a Cruce Andino, www.cruceandino.com

Banho de lago: Lembre-se que as águas cristalinas do Nahuel Huapi são glaciais, formadas com a neve derretida das montanhas. Mas o frio não deve desencorajar turistas acostumados com as praias de Santa Catarina, por exemplo. Em Bariloche, duas das praias com melhor estrutura são a Playa Bonita, a 8 km do Centro, num cenário de ciprestes e araucárias, vizinha do restaurante La Playa, que serve parrillas o ano todo; e a Playa Serena, a 12 km do Centro, próxima do Hipódromo e da Cervezaria Blest, de produtos artesanais. Várias linhas de ônibus fazem este percurso pela avenida Bustillo, e as praias têm opções de hospedagem no entorno. Outro jeito de cair na água com vista para as montanhas da Patagônia é levar traje de banho no passeio de barco a Isla Victoria, que conta com uma pequena enseada de areias grossas e ainda trapiche para mergulho.

Teleféricos: É difícil (e talvez seja inútil) dizer qual dos cerros – Catedral, Otto e Campanário – exibe a paisagem mais bonita de Bariloche. Todos os mirantes descortinam o espetáculo das montanhas marrons com neve no topo, longos trechos de bosques e florestas verdes e imensas massas de água azul do lago Nahuel Huapi e de dezenas de lagos e lagoas menores.  Havendo tempo, visite os três. A diferença está nos meios de elevação e nas atrações disponíveis no topo. Além da gôndola fechada, para quatro pessoas, o Cerro Otto (1.405 m) conta com restaurante giratório, funicular (um tipo de micro-ônibus sobre trilhos) e o divertido Otto Kart, uma descida para crianças e adultos em brinquedo inflável, na pista de 300 m; tel: (02944) 441031, www.telefericobariloche.com.ar  No Cerro Campanário (1.050 m), começa-se a flutuar sobre o topo das árvores no teleférico de cadeira e a sensação continua no terraço do bar. Quem gosta de ventania sobe no mirante mais alto e de lá contempla os visitantes fazendo pose para fotos diante de pinheiros exóticos; tel: (02944) 427274.

O Cerro Catedral é a maior estação de esqui da Argentina. Em 2010, as pistas ficaram abertas para esquiadores e snowboarders até 10 de outubro. Na primavera e verão, os ski lifts são reduzidos, mas prosseguem funcionando para levar visitantes até cerca de 2.000 m de altitude. Além da subida em teleféricos sobre bosques e pedras, uma aventura em si, o topo das montanhas oferece mirantes, bares e atividades como trekking com guias, escalada, mountain bike, cavalgadas, mountain board e passeios de quadriciclos. Agências oferecem o passeio a Cerro Catedral sem o bilhete de ascensão, mas o importante, lá, é ver a montanha do alto. Os preços são mais em conta do que na alta temporada: aproveite. Tel: (0294) 409000, www.catedralaltapatagonia.com

Cavalgadas: Os passeios a cavalo permitem uma imersão mais completa na cultura e na paisagem da Patagônia, percorrendo as estepes andinas, costeando lagoas de água cristalina e subindo em colinas e penhascos que ciclistas dificilmente alcançariam. Existem excursões de duas horas, de dia inteiro e também de vários dias, estas com pernoite em acampamentos. Na Estancia Fortín Chacabuco, na Ruta 40, os visitantes percorrem bosques de pinheiros, comem churrasco, saem galopando (os mais experientes) e ainda têm contato com a criação de ovelhas; tel: (02944) 554148. A apenas 15 km do centro de Bariloche, o centro de turismo eqüestre Tom Wesley oferece cavalgadas curtas em áreas montanhosas, como o Cerro Campanário, a praia do lago Moreno e a foz do rio Casa de Piedra. Cavaleiros que dispõem de dois ou mais dias podem fazer o roteiro da estepe patagônica, paisagem povoada por cavalos selvagens, flamingos e guanacos; tel: (02944) 448193, www.cabalgatastomwesley.com  – no centro de Bariloche, várias agências dispõem de passeios a cavalo, com traslado incluso.

Passeios de bicicleta: As zonas mais tranqüilas – e belíssimas – para praticar mountain bike ficam distantes do centro da cidade, como a Península de San Pedro, o Cerro Otto, o entorno do Lago Moreno e o Parque Municipal Llao Llao. A Cordillera Bike aluga as bicicletas por hora ou por dia no Circuito Chico, no km 18,6 da avenida Bustillo, nas proximidades do Cerro Campanário. A partir dali, é fácil tomar o rumo das estradas de chão da Península de San Pedro e curtir as praias de lago, com vista para as montanhas. Com mais tempo e fôlego para subidas e descidas, vai-se até a Colônia Suíça, Bahia Lopez ou Lago Escondido. Quem aluga oferece mapas, orientações e capacete na ida e uma cerveja artesanal na volta, com sofás para espichar as pernas. Tel: (02944) 524828, www.cordillerabike.com

Colônia Suíça: É um enclave de imigrantes europeus, que preservam o estilo rústico nas ruas de cascalho, a 22 km do centro de Bariloche. A Feria Regional de Artesananos y Productores se realiza às quartas, sábados e domingos, das 10h às 18h, todos os meses do ano. Decoradas de vermelho(a cor da bandeira da terra dos antepassados), as barracas dos moradores vendem cervejas, licores e chocolates artesanais, além de quitutes fresquinhos como tortas e empanadas. Vale a pena almoçar por lá para acompanhar o curanto, uma tradição das tribos polinésias de preparar a comida diretamente no chão, sobre pedras quentes. Em Bariloche, a família Goye, conhecida pela marca de chocolates finos, trouxe a tradição do Chile, onde viveu no final do século 19, antes de imigrar para a Argentina. A mistura de cinco tipos de carne (lingüiça, matambre, frango, vazio e cordeiro), legumes, verduras e frutas cozidas na pedra, abafados por mantas grossas e terra durante hora e meia, tem um aroma único. A sequência de cinco pratos é servida no restaurante de Victor Goye com show de música regional. Trutas, parilla e chá da tarde também compõem a gastronomia da Colônia Suíça. Reservas para o curanto: tel: (02944) 448605.

Esportes radicais: Entre as opções de rafting no rio Manso, a Adventure Center tem os programas “família”, para crianças a partir de 5 anos, e “no limite”, este com descidas de corredeiras de dificuldade média (níveis III e IV). Ambos incluem almoço, instrutores e aventuras que permitem ver, nas curvas do rio, os bosques e a fauna do Parque Nacional Nahuel Huapi de ângulos surpreendentes. A mesma agência oferece travessia de caiaque no Lago Gutiérrez, vôo de parapente e roteiros em veículos 4 x 4; tel: (02944) 428368, www.adventurecenter.com.ar

Na Canopy, a especialidade é arvorismo com circuitos de tirolesa, inclusive noturna. As instalações da agência ficam nas proximidades da Colônia Suíça, com acesso pelo km 18 da avenida Bustillo; tel: (02944) 458585; www.canopybariloche.com

Mais informações na Secretaria Municipal de Turismo. Tel: (02944) 429850, www.barilochepatagonia.info

Come-se muito bem por R$ 30 na capital argentina

Sair para comer é um dos programas prediletos de quem mora em São Paulo, mas os restaurantes da capital paulista andam salgando demais os preços.

Em Buenos Aires gasta-se (bem) menos. Desembolsar R$ 60 por pessoa já é um exagero. Lá, janta-se em um bom restaurante por R$ 30.


No Bar 6 (www.barseis.com), em Palermo, que funciona como restaurante e bar, um prato de carne com purê de batatas custa R$ 68. Uma garrafa de vinho (argentino, claro), R$ 25 –a garrafa!

Na maioria dos restaurantes, é possível dividir os pratos, mesmo que os garçons digam que não. No La Cabrera (www.parrillalacabrera.com.ar), também em Palermo, uma das sugestões é um bife de 500 gramas.
Comer sanduíches é uma opção ainda mais barata. No B-blue (www.b-blue.com.ar), restaurante moderninho de Palermo, um ótimo sanduíche de frango, com queijo gruyère e gordas batatas, sai por R$ 12.

Não tenha medo de comer nos bairros mais chiques. No La Lorenza, na Recoleta, um almoço completo, com couvert, prato principal e bebida, sai por R$ 55. Então, só tome cuidado para não engordar três quilos em um fim de semana!

Dicas para conhecer as mais belas paisagens portuguesas, apreciando os melhores vinhos da região

Pouco mais de 700 km separam os extremos norte e sul de Portugal, e cerca de 300 km de terra ficam entre o Atlântico e a vizinha Espanha. Sim, o país é diminuto e, por isso mesmo, fácil de percorrer suas distâncias (para facilitar, as estradas, depois da entrada do país na União Europeia, estão espetaculares) e conhecer suas belezas, especialmente se as paisagens forem degustadas juntos de seus belíssimos e variados vinhos. Para tanto, ADEGA preparou algumas dicas de lugares para visitar na terrinha.

Entre Lisboa (a capital) e Porto, suas cidades mais famosas, são cerca de 300 km e muitas rotas a seguir. Partindo da capital (cujas dicas de visita virão nas páginas a seguir), é possível ir diretamente a uma das regiões que mais tem se destacado na produção de vinhos do país nos últimos anos.

Alentejo

A apenas 150 km ao leste de Lisboa, fica Évora, considerada capital do Alentejo. De importância histórica desde a época dos romanos e especialmente na Idade Média – como centro de estudos e arte -, a cidade é fortificada e possui milhares de símbolos cristãos. Um bom lugar para ficar é o Convento dos Lóios (uma pousada estatal) e para comer a dica é o sensacional restaurante Fialho, um templo da gastronomia alentejana, com uma carta de vinhos não menos imponente.


Vizinho de Évora fica Reguengos de Monsaraz, uma pequenina cidade-fortaleza medieval, onde se encontra a estupenda Herdade do Esporão; certamente um ponto para se passear com seu renovado projeto de enoturismo. Almoçar no restaurante do Esporão e degustar seus vinhos e azeites é um must em uma viagem à região.

Pouco acima de Évora está Estremoz, também medieval. Na região, há diversas vinícolas que merecem ser visitadas, como a Quinta do Carmo, Quinta do Mouro, Herdade da Sobreira e a Adega Vila Santa (de João Portugal Ramos). Para ficar em Estremoz, uma boa opção é a pousada Rainha Santa Isabel. Sem dúvida, essa é um das mais espetaculares pousadas de Portugal. Muito bonita, com apartamentos grandiosos e com linda decoração. Para comer, o restaurante São Rosas, vizinho à pousada, proporciona um prazer enogastronômico sem igual, com excepcional carta de vinhos alentejanos e uma comida local cheia de charme e gosto.

Mais ao sul de Évora está Beja, a cidade mais quente de Portugal em todos os verões, também de grande importância histórica, com marcos aparentes. Em seus arredores, há muitos vinhedos e um dos bons lugares para visitar é a simpática Herdade da Malhadinha Nova, em Albernoa, que está hoje entre as mais modernas pousadas dedicadas ao enoturismo do país.

De Lisboa para o Porto

Mais próximo ainda de Lisboa pode-se visitar a região de Terras do Sado, com uma passagem pela Vila Nogueira de Azeitão, para parar no restaurante Azeitão e provar de uma culinária espetacular. Nesta região, uma visita à sede da Bacalhôa Vinhos é uma grande pedida. Outro restaurante fantástico é o Porto Santa Maria, em Estoril.

Indo em direção ao norte, pode-se passar por Óbidos, com suas impressionantes muralhas do século XIV. Uma pequena cidade com um clima espetacular. Esbanja charme. Antes ou depois da visita a Óbidos, porém, vale uma passada pela pequena vila de Bombarral, onde se localiza o magnífico Solar dos Loridos, com seus imponentes jardins e vinhas encantadoras. É nessa propriedade que temos os excelentes espumantes de mesmo nome.

Ainda rumo ao norte, antes de chegar à Coimbra, vale uma visita ao santuário de Fátima – para os mais religiosos, obviamente. Bênçãos recebidas, chega-se à Coimbra – da tão famosa universidade, que ainda hoje é uma das mais prestigiadas do mundo. Antes, contudo, no caminho é possível dar uma passadinha por Conímbriga, local da maior escavação dos tempos romanos de Portugal.

Em Coimbra, perto das margens do rio Mondego, não há lugar mais interessante para se hospedar que a Quinta das Lágrimas, hoje um espetacular hotel de luxo. Lá se encontram duas famosas fontes, Fonte das Lágrimas e Fonte dos Amores. O local foi cenário para os amores proibidos entre o príncipe D. Pedro e a aia Inês de Castro, assassinada a mando de seu pai, o rei Afonso IV.

Já em meio às regiões da Bairrada e Dão, é possível visitar diversas cidades, vilarejos e vinícolas maravilhosas. Pouco ao norte de Coimbra está Buçaco e seu palácio majestoso, que até hoje usa técnicas ancestrais de vinificação, produzindo vinhos raríssimos que só são vendidos por lá. Mais ao norte, encontra-se Viseu, a terra do fado. A impressionante Quinta do Encontro (e seu ótimo restaurante), e a belíssima Casa de Santar ficam por lá. Durante o passeio, se der fome, faça uma parada na estrada para comer os tradicionais “sandes de leitão” com um belo vinho da região.

Douro e Minho

Mais além, ao norte, chega-se à região do Douro, certamente imperdível para os enófilos. Um bom ponto de partida seria Vila Real, confluência dos rios Corgo e Cabril, e Peso da Régua – de onde saiam os rabelos (barcos de madeira) com os barris de vinho para o Porto -, sede do Instituto do Vinho do Porto. De lá podese partir tanto para a zona do Douro quanto do Minho.

No Peso da Régua temos hoje um dos mais especiais hotéis de turimo rural do Douro, a lindíssima Quinta do Vallado, que foi de propriedade de Dona Maria Adelaide Ferreira – a famosa Ferreirinha, uma espécie de Veuve Clicquot portuguesa. Hoje, quem comanda essa vinícola- hotel são os descendentes diretos de Dona Ferreirinha.

Ainda na região, são inúmeras as quintas que merecem ser visitadas (várias próximas à pequena cidade de Pinhão), como a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, a Quinta da Romaneira (também um luxuosíssimo hotel), a Quinta do Crasto (com sua vista privilegiada do Douro e seus socalcos), a Quinta de La Rosa (com um turismo rural de dar água na boca), a Quinta do Portal, a Quinta do Ventozelo, dentre outras. Todas estas, seguramente, deslumbrantes. Na cidade do Pinhão localiza-se o famoso e belíssimo Vintage House, um hotel antigo à beira do rio Douro.

Por fim, mais na direção da cidade do Porto (cujas dicas de turismo serão apresentadas nas páginas a seguir), fica a cidade de pedra de Penafiel, onde está a Quinta da Aveleda, com suas construções históricas impressionantes. Fonte: Revista Adega.

Para encontrar os melhores hotéis e pousadas em Portugual:
www.minhareserva.com.br

Conhecida como a “Cidade do Sol”, Natal tem belas praias, esquibunda e passeios de dromedário


Esquibunda (ou sandboard) com piscina, aerobunda na lagoa, passeios de bugue e de dromedário. Quem escolhe Natal como destino vê as formas de lazer e aventura se ampliarem do mar para as dunas. O turismo transformou as montanhas móveis de areia de Genipabu e arredores em parquinhos de diversões.

Requintes como sombra sob tetos de palha, trenó para subir as dunas, parafina na prancha, mergulho ao final da descida e até fotografias enviadas diretamente para o hotel compõem, por exemplo, a estrutura do Esquibunda do Cícero, nas dunas de Jacumã. Perto dali, em Ceará Mirim, o aerobunda na lagoa de Jacumã movimenta centenas de bugueiros e atendentes nos ingressos, cabos, trenós e jangadas para recolher os banhistas.

E há ainda os dromedários, sempre com aquele ar superior dos que, em outra encarnação, possivelmente no deserto do Saara, já carregaram árabes mais legítimos. Num lugar onde os moradores sabem mostrar em qual duna foram gravadas cenas de novelas, a fantasia convida a vestir turbantes antes de se acomodar na corcova do dromedário.

É um riso só. A menos que a sua coluna cervical não tolere os sacolejos, o passeio é imperdível. E pagável: mas leve dinheiro, que cartões de crédito sobre a areia combinam melhor com a Arábia Saudita.

Capital do Rio Grande do Norte, Natal tem este nome porque foi fundada no dia 25 de dezembro de 1599, dois anos depois de iniciada a construção do Forte dos Reis Magos. A fortaleza continua firme, com as mesmas dimensões que recebeu no início do século 17, e merece ser visitada, na Praia do Forte.

Na ponta oposta da orla, ao sul da cidade, está a praia de Ponta Negra, onde se hospeda a maior parte dos turistas. A infra-estrutura ali é relativamente recente, numa cidade com mais de 400 anos de história. A região começou a se desenvolver nos anos 80, não parou mais e atualmente congrega a porção mais badalada de bares, restaurantes e casas noturnas.

Quem se hospeda na Ponta Negra leva a vantagem da proximidade de Parnamirim, cidade vizinha, com atrações como o maior cajueiro do mundo e as belas praias de Cotovelo, Pirangi, Búzios e Tabatinga, mais rústicas, menos urbanas.

O cajueiro de dimensões colossais tem cerca de 110 anos de vida e ainda produz até três toneladas de caju por safra. Em 1955, a revista Cruzeiro definiu o fenômeno como uma “sinfonia inacabada”, de “galhos lançados em progressão geométrica”. Em 1994, o cajueiro entrou para o Guiness Book. Percorrer a vasta sombra, com galhos brotando da terra a todo instante, dá a sensação de ingressar numa floresta, de uma árvore só.

As cidades ao sul de Natal também são caminho para a praia de Pipa, a 85 km de distância, um dos pontos mais famosos do litoral potiguar, graças à sofisticação que os serviços de lá, de pousadas e restaurantes, adquiriram na última década.

Para 2008, está prometida a inauguração do Parque da Cidade de Natal, projeto de Oscar Niemeyer com torre e mirante de altura equivalente a um prédio de 18 andares. Vai dar para enxergar até os bugues de Genipabu dali. E também os dromedários! No final de 2007, a capital inaugurou a monumental Ponte de Todos, sobre o rio Potengi, que liga a Praia do Forte à zona norte e proporciona, do alto dos mirantes, uma paisagem de cores espetaculares no pôr-do-sol.

Dicas a considerar, antes de fazer as malas: em Natal, algumas distâncias são longas e os táxis são caros, praticamente uma exclusividade dos turistas. Da Praia dos Artistas até Ponta Negra são quase 15 km, por exemplo. Alguns restaurantes e casas de shows, como o forró do Centro de Turismo, oferecem traslado. Sobre os passeios de bugue, é mais seguro contratar os credenciados nas agências locais de turismo. E ande com dinheiro: uma queixa freqüente dos visitantes é a falta de caixas eletrônicos e de lojas que aceitam cartão.

Natal também é uma capital de ladeiras íngremes diante de suas praias principais. A parte boa do esforço físico é que volta e meia o marzão verde e azul surge de repente diante dos olhos, um horizonte límpido, raramente nublado, fazendo jus ao título de “Cidade do Sol”.

Os melhores destinos para o “turismo gay”

O canal americano Logo, que faz parte da ampla rede da MTV, tem como foco o público GLBT (gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) e todos os anos ele realiza uma enquete em parceria com o site Trip Out Gay Travel para eleger o melhor do turismo gay. Confira a seguir os escolhidos de cada categoria.

Um grupo de editores e jornalistas escolheu os candidatos e o público geral votou:

Melhor destino global: Nova York

Melhor destino nos Estados Unidos: San Francisco

Melhor linha aérea
: American Airlines

Melhor rede hoteleira
: Axel Hotels

Melhor agência de turismo GLBT
: Zoom Vacations

Destino mais sexy: Rio de Janeiro

Melhor festa ou evento anual dedicado ao público gay: Marcha del Orgullo Gay, em Madrid

Melhor hotel ou resort de luxo:
Park Hyatt Paris-Vendôme

Melhor destino para uma escapada: Toronto

Melhor bar gay: The Abbey, em Los Angeles

Um passeio pelas vinícolas do Chile, partindo de Santiago

Há quase um ano, no dia 27 de fevereiro de 2010, o Chile foi sacudido por um forte terremoto. A indústria vinícola do país foi uma das mais afetadas, com enormes perdas. Várias bodegas ficaram destruídas: barricas foram lançadas ao chão, tanques de aço inoxidável ficaram amassados como latas de refrigerante e montanhas de garrafas se quebraram.

– Mesmo estando mais longe do epicentro, tivemos grandes prejuízos. A cave virou uma piscina de vinho – recorda Matias Rivera, diretor e enólogo da Santa Helena, uma das maiores vinícolas do país, espalhada por diversos vales.

Como consolo, o ano de 2010 teve uma ótima safra. E, ao que tudo indica, 2011 também promete. Esta é uma colheita histórica, que está mexendo com os brios dos produtores. Uma ótima oportunidade de visitar o país, que está começando agora a colher os cachos das videiras: primeiro, as brancas e, até o começo de maio, as tintas. É tempo de festa e muito trabalho, período ideal para se visitar as adegas. Um ponto favorável é a facilidade de acesso: entre as mais de dez zonas vinícolas diferentes que o país possui, as mais importantes estão perto de Santiago, a, no máximo, duas horas de carro. Mas dá até para ir de metrô para algumas das bodegas, que recebem os turistas com ótima estrutura: visitas guiadas, degustações, cavalgadas, bons restaurantes e pousadas.

Vinícolas históricas ficam perto da capital

Certa vez, viajando em família, decidimos visitar uma vinícola. Pegamos um trem na estação Tobalaba do metrô, a mais próxima ao nosso hotel. Quando começamos a trafegar na superfície logo avistamos, à esquerda, os extensos vinhedos da Cousiño-Macul. Estávamos nos aproximando do nosso destino. Depois de cerca de 20 minutos de viagem, descíamos na comuna de Macul, na estação Rodrigo de Araya. Pegamos um táxi, que em três minutos (e menos de R$ 5) nos deixou na porta da Viña Santa Carolina, a apenas seis quilômetros da Plaza de Armas, no Centro de Santiago.

A facilidade de acesso a algumas vinícolas próximas faz de Santiago um destino perfeito para os apreciadores do vinho, ou mesmo aqueles que apenas têm curiosidade a respeito da bebida. Combinando metrô com táxi ou ônibus é possível ir rapidamente a propriedades como a Concha y Toro e a Cousiño-Macul, às margens da ferrovia, onde se chega por uma curta caminhada (mas que não é nada recomendável no sol forte do verão chileno).

Além da conveniência no acesso, visitar essas vinícolas tem alto valor cultural. São as chamadas bodegas históricas, fundadas ainda no século XIX, como a Santa Carolina, de 1875, que foi declarada Monumento Histórico do Chile em 1973. O passeio pela propriedade começa no belo jardim, com taças de vinho branco servidas sobre barricas. A guia conta a história do lugar e apresenta parte do prédio em estilo colonial espanhol, onde ficam salas de reunião e documentos antigos. De lá, o grupo, nunca muito grande, segue para o ponto alto do roteiro: a visita às caves subterrâneas, uma impressionante construção com paredes de pedra com estrutura apoiada em arcos lindíssimos. Parece um templo.

Lá dentro estão as barricas – mesmo no verão, o lugar é naturalmente fresco, condição fundamental para a conservação da bebida. Ali é servida uma taça de tinto. O programa termina na lojinha moderna, onde é possível comprar lembranças de viagem, livros, garrafas e uma imensa variedade de apetrechos ligados à bebida, como abridores. É uma boa oportunidade de provar os rótulos mais caros, como o VSC e a linha  

Reserva de Família, vendidos em taça.

Uma gigante do setor, a Concha y Toro, criada em 1873, é um programa turístico fundamental para os que visitam Santiago, interessados ou não em vinho. É quase tão obrigatório quanto visitar o Mercado Central da capital.

– Hoje o Brasil representa cerca de 70% dos nossos visitantes – calcula María Alejandra Vallejo, gerente de mercado para a América Latina e enóloga.

Nem seria preciso dizer. Basta olhar para os grupos que circulam e para os que ocupam as mesas (na nossa visita, tinha até um visitante com camisa do Flamengo), para perceber que somos esmagadora maioria. A estrutura de visitação acompanha o gigantismo da empresa. Faz sucesso o momento em que é contada a história do Casillero del Diablo, uma adega que fica junta à cave, nos subterrâneos da fazenda. Um áudio com voz macabra explica a lenda: o dono da vinícola, don Melchor Concha y Toro, guardava os seus melhores vinhos nesta adega. Mas muitos eram roubados. Ele então espalhou a notícia de que aquele era o esconderijo do diabo. Nunca mais aconteceu outro furto.

Depois do passeio, que inclui também os vinhedos, os turistas seguem para o prédio que abriga loja, bar e restaurante. Vale ficar atento aos vinhos servidos no dia, muitas vezes há raridades (quando estivemos lá estava sendo servido o Don Melchor 1988), e sempre estão disponíveis os ícones, como Almaviva e Carmin de Peumo.

A Santa Rita tem uma estrutura ainda mais completa que a da Concha y Toro, incluindo o Hotel Casa Real, o Museu Andino e o ótimo restaurante Doña Paula. Sugestões? Vieiras em molho de coentro, camarões ao pil-pil, blinis de salmão defumado, costelinha de porco e ossobuco com molho de merlot e nhoque.

Para muita gente, porém, o esquema megaprofissional e a estrutura das grandes vinícolas é meio sem graça. Muito mais interessante é visitar as empresas menores. Uma das mais lindas é a Odfjell, com vinhedos cheios de flores e uma criação de cavalos nórdicos dóceis e belos, que são uma ótima maneira de se passear pela propriedade. Outra bodega menor, que também tem criação de cavalos, é a Haras de Pirque, uma das mais belas vinícolas do mundo, em formato de ferradura.

Casablanca e San Antonio: berço dos melhores brancos

Don Melchor que me perdoe, mas neste calor que faz no Chile no verão, bom mesmo é beber uma tacinha gelada de um branco, de preferência um sauvignon blanc bem fresco. Grande parte dos melhores exemplares dessa categoria são produzidos nos vales de Casablanca e San Antonio, menores, mas berços de grandes vinhos, como os produzidos pela Casa Marin, a apenas cinco quilômetros do mar. É justamente a proximidade das águas frias do Oceano Pacífico que cria condições perfeitas para a elaboração de brancos (e também de pinot noir, os melhores do Chile). Uma parada em Casablanca pode ser um complemento perfeito para o passeio praiano a Viña del Mar (a estrada passa bem no meio do vale).

A Casa Marin não só produz alguns dos vinhos mais elegantes do Chile, como tem uma ótima estrutura de visitação, com várias tipos de tour e uma agradável pousada, que funciona de setembro a maio (uma curiosidade: de maio a setembro, a Casa Marin abre as portas do seu “Departamento de nieve y vino”, na estação de esqui de Valle Nevado). É possível conhecer a propriedade caminhando ou pedalando, fazendo um piquenique ou jantando, no primeiro sábado de cada mês, na casa de Maria Luz Marin, dona da bodega. Os programas são superexclusivos – para participar das atividades no vinhedo, os grupos têm no máximo seis pessoas.

Quem apresenta a melhor estrutura na região, porém, é a Matetic, em Casablanca, uma vinícola moderna, com hotel (apenas sete quartos) e restaurante. São quatro tipos diferentes de tour, com preços entre R$ 35 e R$ 120 (este último inclui a degustação de quatro vinhos e almoço).

Para os que apreciam a gastronomia, é praticamente uma obrigação visitar o restaurante da Viña Indomita, também em Casablanca, sempre cotado entre os melhores do país, comandado pelo chef Oscar Tapia. Seguindo o estilo da bodega, ele serve um cardápio moderno fincado em receitas e ingredientes tradicionais, com alguma influência europeia e oriental, como os rolinhos de abacate e centolla.
Cavalos e bicicletas no Vale do Rapel

Para os turistas realmente interessados em vinho, além das bodegas históricas, é obrigatório dedicar pelo menos três dias ao Vale do Rapel, subdividido em duas denominações, Colchágua e Cachapoal. As vinícolas de Colchágua têm ótimos hotéis e restaurantes, e muitas possibilidades de programas ecológicos e rurais, como participar de cavalgadas ou caminhadas. Além disso, alguns dos vinhos produzidos ali estão entre os melhores do Chile, favorecidos pelo clima, que no verão apresenta dias muito quentes seguidos de noites muito frescas, por causa da influência das águas do Pacífico.

Junto com o Vale de Colchágua, Cachapoal forma o Vale de Rapel, que é um dos melhores lugares para se cultivar a carmenère, uva mais emblemática do país. A localidade de Peumo é o berço de alguns dos melhores vinhos do Chile produzidos com esta casta, como o Carmin de Peumo, da Concha y Toro; o Herencia, da Santa Carolina, e o Rivalta, da Santa Ema. Mas apesar de toda a badalação recente em torno de seus produtos, o Vale de Cachapoal ainda não tem tanta infraestrutura turística quanto o Vale do Maipo e Colchágua.

Uma das vinícolas que melhor recebe os visitantes é a Anakena, que tem cinco modalidades diferentes de tour (o que varia, na prática, é a qualidade das bebidas degustadas ao final) e restaurante, que funciona sob reserva. Outra bodega com boa estrutura de recepção é a Altair, que produz alguns vinhos bem cotados, como o Sideral, e o batizado com o nome da bodega, que homenageia a estrela mais brilhante da constelação de Áquila. Foi essa a inspiração para o passeio noturno pela propriedade, um dos tipos de visita que são oferecidos. Primeiro, a cavalo, os visitantes vão até um mirante com vista privilegiada do vale.

Depois o grupo visita a plantação, e então segue para a moderna bodega, que parece ainda mais linda à noite, quando ganha uma iluminação especial. Outro programa que faz sucesso toma um dia inteiro, e também tem cavalgada, além de um almoço no restaurante.

Cachapoal tem ainda uma das vinícolas mais antigas do Chile. Fundada em 1824 em Peumo, a Viña La Rosa continua sendo tocada pela mesma família Ossa, hoje já com a sexta geração comandando a bodega.

VALE DO MAIPO

Concha y Toro: Funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h. Fecha aos domingos e feriados. A visita custa US$ 12. Tem restaurante, loja e bar de vinhos. Av. Virginia Subercaseaux 210, Pirque. Tel. 56 (2) 476-5680. www.conchaytoro.com

Cousiño-Macul: De segunda a sexta-feira, visitas entre 11h e 16h. Sábados, às 11h e ao meio-dia. Entrada: R$ 25. Av. Quilín 7100, Peñalolen, Santiago. Tel. 56 (2) 351-4135. www.cousinomacul.cl

Haras de Pirque: Visitas devem ser agendadas pelo site. Fundo La Rochuela, Camino San Vicente s/n, Sector Macul, Pirque. Tel. 56 (2) 854-7910. www.harasdepirque.com

Odfjell: Camino Viejo a Valparaiso 7000, Padre Hurtado, Santiago. Tel. 56 (2) 811-1530. Visitas devem ser agendadas pelo site. www.odfjellvineyards.cl

Viña Santa Rita: Tem hotel, restaurante, loja e museu. O tour custa R$ 30. Camino Padre Hurtado 695, Alto Jahuel, Santiago. Tel. 56 (2) 362-2520. www.santarita.com
 
VALE DE CASABLANCA

Indomita: Funciona todos os dias, das 10h às 17h. Ruta 68, km 64. Tel. 56 (2) 215-3900. www.indomita.cl

Matetic: Moderna, tem hotel (diária a partir de US$ 460) e restaurante. São três tipos de visita, com preços entre R$ 35 e R$ 120 (com almoço). Fundo Rosario, Lagunillas. Tel. 56 (2) 595-2661. www.mateticvineyards.com
 
VALE DE SAN ANTONIO

Casa Marin: Degustações custam entre US$ 17 e US$ 28. Tem hotel com diárias a US$ 150 e várias atividades exclusivas. O programa de um dia inteiro durante a colheita sai por US$ 59. Tel. 56 (2) 334-2986. www.casamarin.cl

VALE DO COLCHÁGUA

Casa Lapostolle: Conta com um ótimo hotel. Diárias a US$ 400 por pessoa. Tel. 56 (7) 295-3360. www.casalapostolle.com

Vik: Vinícola novata, está construindo um fabuloso complexo enoturístico em Villahue. Já funciona um exclusivo hotel de quatro quartos (diárias a US$ 500 por pessoa). Tel. 56 (2) 248-2223. www.vik.cl

Viña Montes: A vinícola foi construída seguindo as regras do feng shui. Tel. 56 (2) 248-4796. www.monteswines.com

Viña La Playa: Tem um hotel bastante agradável (até dia 30 de abril está com 20% de desconto, com diárias a partir de US$ 140) e um restaurante que serve boa comida. Podem ser organizadas cavalgadas e outros programas. Camino a Calleuque s/n, Peralillo, Santa Cruz. Tel. 56 (2) 657-9991. www.hotelvinalaplaya.cl
 
Viu Manent: Tem café, restaurante e centro equestre. Aberto diariamente das 10h30m às 16h30m. Carretera del Vino km 37, Santa Cruz. Tel. 56 (2) 840-3181. www.viumanent.cl
 
VALE DO CACHAPOAL

Altair: Visitas acontecem de segunda-feira a sábado, entre 9h e 20h (preços de R$ 65 a R$ 250. Tel. 56 (2) 477-5598. www.altairwines.com

Anakena: Tem restaurante, loja e diversas atividades, como piqueniques e cavalgadas. Camino Pimpinela
s/n, Requínoa. Tel. 56 (7) 295-4203. www.anakenawines.cl

Viña La Rosa: É uma das mais antigas do país, fundada em 1824. Ruta H 66-G km 37, Fundo La Rosa, Peumo. Tel. 56 (2) 670-0620. www.larosa.cl
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Lotéricas e Correios poderão comprar e vender dólar

O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou as regras dos chamados “correspondentes bancários” das instituições financeiras e passou a permitir que os bancos contratem lotéricas e agências dos Correios para compra e venda de moeda estrangeira, no valor de até US$ 3 mil. Os correspondentes funcionam, segundo o BC, como uma “extensão” dos bancos.

“Estamos autorizando a possibilidade. Estamos dizendo que eles [Correios e lotéricas] estão autorizados [a comprarem e venderem dólares, dentro do limite estabelecido]. É uma faculdade que estamos dando”, explicou o chefe da Gerência Executiva de Câmbio e Normativos do BC, Geraldo Magela.

Para que os Correios e as lotéricas possam operar com câmbio, terão de fazer contratos com as instituições financeiras, acrescentou ele. A autoridade monetária informou ainda que os clientes terão de levar um documento, no qual conste o CPF, e preencher um formulário para a aquisição dos dólares. Ao fim do processo, receberão um recibo da operação.

Com a medida, o BC afirma dar condições para a ampliação da rede de atendimento para operações de câmbio de pequeno valor. O CMN também autorizou a contratação, como correspondente, de prestadores de serviços turísticos para a realização de transferências relativas a remessas internacionais de até US$ 3 mil, informou o Banco Central.

Correspondentes bancários
De acordo com o Banco Central, há mais de 150 mil pontos de atendimento com correspondentes bancários no país, mas nem todos eles atuam com câmbio. O BC avalia que essa prática “disseminou a oferta de serviços financeiros” na economia brasileira.

“Até 2002, cerca de 1/3 dos municípios do país, bem como diversos segmentos sociais, mesmo nos grandes centros, não dispunha de canais adequados de atendimento. A atuação dos correspondentes amplia a inclusão financeira de diversos segmentos da sociedade, constituindo um fator importante na distribuição de crédito e proporcionando maior concorrência no mercado financeiro”, informou a autoriadade monetária.

Atualmente, informou o Banco Central, dos 5.564 municípios brasileiros cobertos por serviços financeiros, apenas 34 não contam com atendimento por meio de correspondentes, utilizando outro tipo de canal de atendimento.

Jornal inglês escolhe os dez melhores bares do Rio

Poucos, como os britânicos, sabem o valor de um bom bar. E vem da terra da rainha uma seleção de dez restaurantes, bares, botecos e afins capazes de agradar turistas e cariocas. Segundo o jornal inglês “The Guardian”, uma das melhores características da gastronomia do Rio de Janeiro é a quantidade de estabelecimentos (“de bairros”, como eles chamam na reportagem, aqui neste link ) cujo serviço não varia de acordo com a temporada turística e onde é possível beber e comer da cultura local. Seja com vista para a praia ou no alto de Santa Teresa. Abaixo, os dez endereços indicados pelo jornal inglês, com seus respectivos comentários:

Bar Brasil, Lapa: “Um retrato de como era a cidade em meados do século passado, quando o Rio era a capital de um Brasil em crescimento e a Lapa, seu coração cultural e intelectual”.

Azul Marinho, Arpoador, Ipanema: “Um pouco mais caro que outros bares citados, mas é difícil imaginar um pôr do sol mais memorável”.

Jobi, Leblon: “Uma instituição carioca desde 1956, com o status quase oficial de ter o melhor chope da cidade”.

Bracarense, Leblon: “Há um sentimento de happy-hour e uma multidão indecente, de clientes do pós-trabalho ou pós-praia, todos parando rapidamente para uma chope gelado no caminho de casa”.

Bar do Mineiro, Santa Teresa: “Uma caipirinha impecável, e o bar também serve uma batida de gengibre, aparentemente afrodisíaca”.

Armazém São Thiago (Bar do Gomez), Santa Teresa: “É um boteco em sua essência: a localização é perfeita, numa movimentada e pitoresca esquina de rua de paralelepípedos; o teto alto, as fotografias antigas e as bugigangas nas paredes passam uma sensação de atemporalidade”.

Bar Urca, Urca: “Pegue uma cerveja gelada e alguns salgadinhos da seleção da enorme bancada, atravesse a rua, sente na mureta e aprecie os pescadores, a Baía de Guanabara e o Cristo Redentor”.

Cervantes, Copacabana: “Notívagos se reabastecem com os mais suculentos e saborosos sanduíches que você já comeu”.

Bar Lagoa, Lagoa: “Só não espere a eficiência germânica – uma antiga piada local diz que os garçons resmungões e indolentes são parte do ‘charme’ do Lagoa”.

Braseiro de Gávea, Gávea: “A tradicional feira do Baixo Gávea, aos domingos, garante o grande movimento do bar desde o momento em que abre as portas, e as noites de segunda-feira são tradicionalmente as noites em que os jovens e os jovens de coração se aglomeram na Gávea”.

A ordem é a mesma proposta pelos ingleses. E você, concorda com a lista? Sentiu falta de algum bar?

Público na Sapucaí vai ganhar cartilha que ajuda a entender os desfiles

Pelo segundo ano seguido, o público que vai acompanhar os desfiles das escolas de samba dos grupos de Acesso e Especial, na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, vai ganhar um roteiro com detalhes e curiosidades de cada agremiação. Como um verdadeiro jurado, o folião poderá entender e até avaliar melhor a apresentação das escolas.

Idealizado pelo historiador e pesquisador de enredos Marcos Roza, o Roteiro dos Desfiles, um guia bilíngue – português e inglês -, traz um resumo das informações que os julgadores oficiais recebem, permitindo que o público acompanhe os desfiles por dentro de todos os detalhes, como o significado de cada segmento, ala, fantasia e alegoria.

“Era comum que os amigos e conhecidos me perguntassem o que representava essa ou aquela alegoria ou fantasia das escolas em que tinha desenvolvido a pesquisa para elaboração do enredo. Agora, com os roteiros, as informações estão disponíveis para todos”, afirma o autor do projeto, Marcos Roza.

A ideia agradou o público que acompanhou os ensaios técnicos das escolas de samba no último fim de semana, no Sambódromo. Para Jandira Silva do Sacramento, baiana da Imperatriz Leopoldinense, o roteiro vai ajudar a compreender as notas dos jurados: “A gente gosta de ver os desfiles. Eu me sinto como uma julgadores. Eu já calculo e avalio como está a minha escola e esse guia vai ajudar a fazer uma avaliação melhor, saber se ela foi bem nos 80 minutos”, disse.

O livreto, em formato de bolso, é uma iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro, com apoio da Globo Rio. De acordo com a Riotur, o roteiro terá quatro exemplares diferentes – um para o desfile do Grupo de Acesso, dois para o Grupo Especial e um para o desfile das campeãs. Ao todo serão 200 mil exemplares.

Os roteiros serão distribuídos gratuitamente nos camarotes, arquibancadas, frisas, áreas de atendimento aos turistas, sala de imprensa da Sapucaí e nos postos de informações turísticas da Riotur. Segundo o secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, o guia vai aproximar o público das escolas.

“O Roteiro dos Desfiles se revelou uma publicação importante para aproximar o público dos desfiles das escolas de samba. É um companheiro imprescindível para os foliões que quiserem curtir e entender totalmente esse grande espetáculo”, disse o secretário.

Roteiro também na versão virtual
Além da versão impressa, o guia poderá ser consultado via telefone celular, com sinal bluetooth e rede wi-fi dentro do Sambódromo e no entorno. Segundo a Riotur, antenas serão espalhadas pela Sapucaí para garantir a conexão. Ao acessar a rede pelo seu aparelho, o folião vai encontrar o link “Roteiro dos Desfiles” e vai poder baixar o aplicativo que dará acesso ao conteúdo de cada escola.

O roteiro também estará no site oficial do projeto, que conta ainda com o apoio da Liesa e da Liga das Escolas de Samba do Grupo de Acesso (Lesga) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A novidade deste ano fica por conta de um concurso cultural, que vai selecionar as quatro melhores histórias carnavalescas contadas pelo público e premiar os ganhadores com duas fantasias, além de publicar as histórias campeãs nos roteiros.

Com 20 praias, Porto Seguro destaca-se por história e baladas

26 de abril de 1500, um domingo. Data da primeira missa rezada por portugueses em solo brasileiro, na Coroa Vermelha, ponto privilegiado da orla que a propaganda turística define como Costa do Descobrimento, na Bahia.

O ponto de desembarque de Pedro Álvares Cabral e sua vasta comitiva é real e está ali até hoje. A Coroa Vermelha fica no município vizinho de Santa Cruz Cabrália, ao norte de Porto Seguro, destino campeão de vendas nos pacotes das agências de viagem e principal porta de entrada da Costa do Descobrimento. As multidões de turistas buscam diversão nas baladas diurnas e noturnas das cerca de 20 praias que pontuam a orla desde Arraial D?Ajuda, ao sul, até Santa Cruz Cabrália.

Banho de mar, quitutes regionais e badalação noturna são encontrados em centenas de pontos do litoral brasileiro. O diferencial em Porto Seguro é a intensidade da combinação: quem vai para lá parece mesmo disposto a fazer festa dia e noite, enquanto durar a viagem. Com tanta atividade tribal, solteiros só voltam de lá tristes se bater a inércia ou chover muito. Aliás, de março a maio é o período de chuvas mais freqüentes: melhor evitar.

Na região de natureza exuberante, com verde cercado de azul por todos os lados, há hospedagem para todos os bolsos (são 37 mil leitos), desde as pousadas baratinhas do centro histórico até hotéis cinco estrelas e resorts com requinte de spa.

Uma das marcas de Porto Seguro, além da história do Descobrimento, é a trilha sonora em volume alto: axé music, pagode, forró, reggae, samba, música eletrônica. O programa básico consiste em ir à praia de dia e voltar para a praia de noite, para luaus, shows de dança e festas decoradas com mesas de frutas, turbinadas com batidas e capetas, o drink típico. As calorias ganhas consumindo os deliciosos produtos de tapioca podem ser perdidas na praia mesmo, numa aula de lambada com aeróbica.

As agências chegam a programar um passeio opcional por dia. Alguns são imperdíveis, como os trajetos de barco rumo aos recifes e corais, a subida ao mirante de Santa Cruz Cabrália e a visita aos pataxós na Reserva Indígena da Jaqueira. E não é preciso contar com guias para atravessar o rio Bunharém e bater perna no adorável vilarejo de Arraial D’Ajuda, com praias mais bonitas e desertas, bares mais charmosos e melhores restaurantes.

História

A Bahia é tão extensa que foi dividida em três capitanias hereditárias na primeira metade do século 16 (Bahia, Ilhéus e Porto Seguro). Tal sistema de administração pública lembra a pré-história da privatização: combalido, o Tesouro português passou a empreitada de erguer a colônia no Novo Mundo para 15 empreendedores-donatários, de Santa Catarina ao Maranhão. Porto Seguro passou pelo trauma de ver seu primeiro administrador, Pero do Campo Tourinho, ser devolvido preso a Portugal, acusado de heresia, em 1547. Por essa época, Ilhéus estava em guerra, dos indígenas contra os colonos, e coube à capitania mais ao norte, onde fica Salvador, receber e instalar o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Souza.

Parte da história desses tempos ancestrais está impregnada nos monumentos, parques e prédios tombados. A Casa de Câmara e Cadeia de Santa Cruz Cabrália abriga as cartas náuticas dos primeiros navegadores. Mas história única, também trágica e violenta, está nas aldeias indígenas. Os pataxós que recebem visitantes em Porto Seguro são uma pequenina parte dos 215 povos indígenas brasileiros que sobreviveram a cinco séculos de condições adversas. No país, calcula-se que a população indígena não ultrapasse hoje cerca de 320 mil indivíduos, o tamanho de uma cidade média.

Na Reserva Pataxó da Jaqueira, os anfitriões recebem os turistas vestidos a rigor, com pinturas pelo corpo. É uma festa, ou uma luta, ter a chance de mostrar a própria cultura, a que estava na terra desde antes. Mais do que umas horas para conhecer as danças, os cantos e rituais e ainda adquirir o artesanato e experimentar comidas e bebidas, a visita permite a rara oportunidade de ouvir dos próprios índios as suas histórias de sobrevivência na selva dos brancos, sem intermediários do além-mar.

Reserve sua pousada em Porto Seguro: www.reservarpousada.com.br