Pelas paisagens do “fim do mundo”

Quem embarca num cruzeiro pela Patagônia e Terra do Fogo tem sempre o mesmo objetivo: desvendar os mistérios e a beleza da natureza intocada do chamado “fim do mundo”. Durante quatro dias, o navio percorre diversas ilhas e glaciais da Argentina e do Chile. O desafio da viagem é alcançar o Cabo de Hornos – apenas 1.000 km o separam da Antártica.

Esqueça a imagem de um tradicional transatlântico com milhares de pessoas, piscina, cassino e festas. O Stella Australis, que percorre o trecho entre a cidade chilena Punta Arenas e a argentina Ushuaia, é um navio menor que prioriza o conforto e se destaca pelo clima aconchegante e intimista.

A embarcação tem capacidade para levar 200 passageiros, todos em cabines climatizadas e com uma janela que brinda os aventureiros com uma visão panorâmica de geleiras e ilhas da Patagônia e da Terra do Fogo. O trajeto é perfeito para quem não abre mão do conforto nem de aventura.

Esse é um cruzeiro especial. O navio não faz desembarque em cidades e as saídas não são para conhecer restaurantes ou lojas. Também esqueça os restaurantes e os centros comerciais. Aqui, os destinos são imponentes glaciares, cordilheiras e diversas ilhas.

A pedagoga mexicana Begônia Rodrigues, 35, conta que ficou encantada com os pinguins. “É uma viagem diferente. Ao mesmo tempo em que tem aventura, há conforto, clima para namorar e natureza deslumbrante. Fiquei apaixonada pelos pinguins. Eles são meus os animais preferidos. São tão lindos que dá uma vontade de abraçá-los”, disse.

O charmoso Stella Australis tem cinco andares com restaurante, sala de ginástica e dois bares.

DisputaArgentinos e chilenos travam, há anos, uma briga particular sobre quem detém a cidade mais austral do planeta – ou seja, aquela mais ao sul, antes da Antártica.

Os chilenos defendem ser Cabo de Hornos e os hermanos dizem que o título é da cidade argentina Ushuaia. Mas, o último ponto a aparecer no mapa é, de fato, o território chileno.

Tripulação dedicada e simpática

A bordo, a simpatia e dedicação dos guias e de toda a tripulação merece um capítulo à parte. Na viagem, realizada em março, estavam 16 nacionalidades, dentre italianos, londrinos, australianos, mexicanos, venezuelanos e brasileiros.

As histórias e curiosidades de cada ilha, canal e cordilheira estão na ponta da língua dos guias. São jovens que falam vários idiomas e fazem com que todos os passageiros se sintam em casa. Os passeios são feitos em grupos, divididos de acordo com a língua de cada um deles.

Mas, a cortesia não é exclusividade dos guias. Durante o café da manhã, almoço e jantar, os garçons não sabem o que fazer para agradar. Se algum passageiro rejeita um prato, eles logo se prontificam a achar outro que agrade. (TT)

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